Ghost Fishing UK recupera 1.500 kg de equipamentos de pesca perdidos nas águas das Shetland

Mergulhadores voluntários da premiada instituição de caridade Ghost Fishing UK (GFUK) retiraram mais de 1,5 toneladas de artes de pesca abandonadas, perdidas ou descartadas (artes fantasmas) em toda a costa de Shetland, na Escócia.

A instituição de caridade foi convidada para ir às Shetland pelo grupo conservacionista Fishing Foward, cujos membros ficaram preocupados com a abundância de redes de emalhar abandonadas puxadas pelos seus próprios arrastões. As redes pareciam ter sido despejadas por navios de pesca não locais da área, estavam a “causar estragos” na vida selvagem e a levantar preocupações sobre a poluição, o despejo de redes e o lixo proveniente da pesca no estrangeiro.

Mergulhando no MV Valhalla, a equipa recuperou 1.500 kg de artes de pesca perdidas, que incluíam uma rede de arrasto retirada dos destroços do navio de pesca afundado Fraoch Ban, 41 potes de cesto e potes de guarda, que foram devolvidos aos pescadores locais das Shetland.

“As redes de emalhar tendem a estar em águas muito profundas e, como são frequentemente despejadas, não temos forma de saber onde estão”, disse a administradora da GFUK, Christine Grosart, que organizou a viagem. 'Decidimos colher frutos mais fáceis de alcançar esta semana e tentar devolver alguns cestos perdidos aos pescadores locais, ao mesmo tempo que iniciamos uma discussão sobre como podemos trabalhar juntos para resolver problemas maiores das redes de emalhar.

«Não teríamos conseguido isto sem a cooperação da comunidade piscatória das Shetland. Hazel, mestre do MV Valhalla, tem trabalhado incansavelmente para divulgar aos pescadores que viemos ajudar. Somos eternamente gratos a ela e aos pescadores que relataram a perda dos seus potes – eles ficaram encantados por recuperá-los.'

A instituição de caridade foi apoiada pela Northlink Ferries, que patrocinou a viagem do grupo para Shetland, uma valiosa contribuição para a conta de £ 18.000 da viagem. Os mergulhadores voluntários também foram apoiados pela Reel Diving e pela Halcyon Dive Systems, que forneceram sacos de elevação, bóias de marcação de superfície, carretéis e reguladores.

A Transportadora Local DFDS Haulage Shetland está preparada para enviar o equipamento que pode ser reciclado para a Ocean Plastic Pots, onde será usado para fazer vasos de jardim; qualquer equipamento que sobrar será levado pela DFDS para Somerset para coleta por artistas e joalheiros artesanais.

A Ghost Fishing UK depende fortemente dos relatórios dos pescadores para localizar e remover artes fantasmas – artes de pesca perdidas ou abandonadas que continuam a capturar e matar a vida marinha até serem removidas do oceano – e está empenhada em trabalhar com a comunidade piscatória para tentar e resolva o problema.

Durante a viagem às Shetland, a equipa pôde conhecer melhor as dificuldades enfrentadas pelos pescadores das Shetland quando dois dos seus membros foram convidados a passar o dia a bordo do barco de cesto Kiama, pelo seu capitão, John-Arthur.

“Aprendemos muito com John-Arthur”, disse Grosart. 'Ele não hesitou em nos contar sobre as dificuldades dos barcos locais menores e, no final do dia, nos sentimos compelidos a fazer tudo o que podíamos para ajudar.

“Ele teve a gentileza de nos deixar esvaziar e empilhar cestos, embora eu não ache que ele nos oferecerá um emprego tão cedo! O que esses caras fazem é incrível!'

Perto do final da viagem, a instituição de caridade organizou um evento no Museu Shetland com palestrantes da Ghost Fishing UK e Arlene Robertson da Fishing Foward discutindo preocupações em torno das redes de emalhar e da poluição. Alguns membros da equipe também puderam visitar o Hillswick Wildlife Sanctuary, cujos proprietários precisam lidar com as consequências da vida selvagem marinha presa e emaranhada em equipamentos fantasmas.

“Foi extremamente gratificante ter a equipa da Ghost Fishing UK a chegar às Shetland para trabalhar na remoção de velhas redes de pesca, cordas e cestos do fundo do mar em redor das ilhas, disseram os proprietários do santuário.

«O que tornou a sua visita ainda mais inspiradora foi a estreita relação de trabalho que desenvolveram com as tripulações de pesca das Shetland, que se sentem pressionadas por um movimento de pinça de regulamentação governamental, por um lado, e de concorrência não regulamentada, por outro.

«Ver os conservacionistas a trabalhar de mãos dadas com a comunidade piscatória para assumir a responsabilidade de limpar os nossos oceanos é exactamente o tipo de exemplo que o mundo precisa neste momento.»